tag:blogger.com,1999:blog-5469070640206445674.post6229320261160191338..comments2022-03-26T17:29:36.269-07:00Comments on DESCOBRI QUE ESTOU NO ESPECTRO AUTISTA: Novo DSM V, desabafo!!!Grace Carolinehttp://www.blogger.com/profile/16557446134383558028noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-5469070640206445674.post-69919010742841857362013-08-08T20:20:20.504-07:002013-08-08T20:20:20.504-07:00Grace, a sua história é muito parecida com a minha...Grace, a sua história é muito parecida com a minha.Desde que nasci, sofri, pois não interagia socialmente. Tinha dificuldades imensas em conversar com pessoas que não fossem do meu convívio, principalmente na escola. Ninguém na família tinha conhecimento sobre Síndrome de Asperger e eu era vista apenas como uma tímida crônica e bicho do mato. Nas aulas de educação física, eu não era nem um pouco ágil, portanto, não conseguia agarrar uma bola. Ouvia xingamentos porque muitas vezes, o time perdia por minha causa. Eu chorava escondida ao ouvir comentários maldosos das pessoas. Sofri todo tipo de bullying na escola por ser considerada antissocial. Entretanto, eu escrevia bem e fui eleita como a melhor redatora da sala. Desenvolvi gosto por poesias românticas e criações de histórias. Eu imaginava casos que ouvia falar ou não, e os colocava no papel. Se eu via alguma cena decisiva de novela, ficava ansiosa, colocava as mãos no ouvido para não escutar o diálogo e corria para não ver. Meus pais falavam que eu era cheia de macaquices. Demorei para sair da casca do ovo. Meu sobrinho, filho do meu irmão, nasceu e aos três anos de idade, ele começou a manifestar os mesmos sintomas que eu quando criança. Entre outras coisas, ele não interagia socialmente. Meu irmão o levou a um especialista, que diagnosticou meu sobrinho com Síndrome de Asperger (SA). É uma forma de autismo leve. E através do meu menino luz descobri que passei a vida inteira me sentindo um peixe fora d'água exatamente porque também tenho Síndrome de Asperger. Em relação aos rapazes, um tormento! Não conseguia entender os jogos da paquera, para mim era 8 ou 80. Se eu me apaixonava (o termo correto é cismava), pensava obsessivamente no rapaz. A ponto de irritar as pessoas porque eu só falava no objeto da minha paixão. Mas eu não percebia. Só fui me relacionar intimamente com meu primeiro namorado com mais de 25 anos de idade. Antes de acontecer, contei a ele, que pensou que eu fosse de outro planeta. Nem o culpei porque muitas mulheres de hoje são fáceis e de repente, ele se deparou com uma raridade. Mas eu gostei da coisa! Hoje não estou mais com esse meu primeiro namorado e sinto dificuldades em me abrir para o novo.Os caminhos da vida me levaram a ser professora do Estado, imagine! Dou aulas para alunos bagunceiros, enfrento barulhos e me sinto angustiada. Quando der, caio fora dessa profissão. Os barulhos que mais me afligem são os de britadeira, choro alto de crianças, martelo e bomba estourando repentinamente perto de mim. Outro dia, no pátio da escola, soltaram uma bomba bem barulhenta. Eu estava na sala dos professores, mas foi tão perto de mim, que parecia que a explosão acontecia dentro da minha cabeça. Tive taquicardia e demorei para voltar ao normal. Também tive que lidar com a depressão a vida inteira, em grande parte, por muitas perdas que tive na família. Não tive filhos e acho que não os terei, embora ame crianças. Além de não ter encontrado alguém que vale a pena, eu não gostaria que meu filho herdasse a Síndrome de Asperger de mim, pois é hereditário. Meu sobrinho herdou de mim e eu herdei de um tio. Anonymousnoreply@blogger.com