"...é concebível que acabemos descobrindo mais e não menos mulheres autistas, assim que examinarmos melhor; talvez a célebre vantagem feminina na linguagem e inteligência social proteja algumas mulheres, nascidas com a herança genética do autismo, excluindo-as da categoria diagnosticável de "autismo de alto funcionamento" e incluindo-as na forma disfarçada e não manifesta do distúrbio.(...)" (John J. Ratey e Catherine Johnson, no livro "Síndromes Silenciosas", p.235 Ed. Objetiva)
"A alma dos diferentes é feita de uma luz além. Sua estrela tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os poucos capazes de os sentir e entender. Nessas moradas estão tesouros da ternura humana dos quais só os diferentes são capazes. Não mexa com o amor de um diferente. A menos que você seja suficientemente forte para suportá-lo depois". (Arthur da Távola)

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sábado, 12 de junho de 2010

Longo e tenebroso inverno...

Olá!

É muito intenso o frio que está fazendo por estas terras Curitibanenses!!
Estive ausente mais uma vez pois a cabeça não está colaborando muito nos últimos dias.

Visitei meu filho no último fim de semana, e foi ótimo!!!
Olhem só como ele está lindo!

fred auto retrato (2) 2010

Fred auto retrato 2010

Bom, para me refazer depois de uma viagem de fim de semana eu levo alguns dias, e confesso que ando sem paciência para comigo mesma, uma vez eu assisti uma palestra onde um psicólogo falou sobre "mimar a nós mesmos", as vezes eu até acho que faço isso, mas quando eu me cobro demais também fica difícil, é que eu não tenho meio termo, não consegui ainda encontrar meu equilíbrio, o famoso e desejado "caminho do meio" que almejam os budistas.

A sensação de não conhecer os próprios limites é de certa forma paralisante, as vezes parece que estou acorrentada e com um peso bem grande amarrado aos meus pés, não vou para lugar algum.

O curso de costura foi adiado, como é numa escola pública e tiveram problema na licitação para contratação dos professores fomos orientados para aguardar, provavelmente as aulas serão depois do mês de agosto.

Eu ganhei uma máquina de costura antiga da minha vó, funciona super bem, então estou aprendendo com "web dicas", tem muita publicação na net que ajuda muito.

Em breve publicarei algumas fotos com minha produções!!rsrs

Beijão e fiquem com Deus!

Grace Caroline!

3 comentários:

  1. Estou doida pra ver suas produções! Adoooooro mas não sei costurar nadinha de nada, hihihi. Minha terapia é a cozinha, estou apaixonada pela arte de cozinhar... quando estou em casa ou estou comendo ou estou cozinhando. E isso é bom porque como não como carne nenhuma e parei de comer glutem, começo a testar váárias receitas. E a net me ajuda muito nesse quesito. Procuro receitas, tem vídeos no youtube com passo a passo... muito bom!

    Quanto ao equilíbrio, sei muito bem do que está falando. No espiritismo, sempre aprendemos que devemos ser equilibradas mas é muito difícil né..... tbm não conheço meus limites, estou evoluindo com o Kendo (arte marcial com espadas onde pratico o bushido,código de ética samurai e leio algumas coisas de budismo e shintoismo) e com a religião mas estou longe de chegar lá... mas devemos tentar sempre né? Devemos respeitar o próximo, não exaltar e tentar ser feliz a nossa maneira.

    Sobre o filhote... ah se ele tivesse 30 anos...
    Beijokas!

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  2. Oi Grace! Esse guri tá a cara da tia!hehehe. Fico feliz que vc esteja escrevendo tão bem e parece que faz progressos a respeito da visão de si mesma a cada dia! Quisera eu fazer o mesmo! Quanto ao curso de costura achei bem legal! O que vc pretende costurar??? Aprenda bem... depois me ensina! Saudades...

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  3. Olá Aline!
    Eu pretendo costurar bolsas e patchwork.
    A semelhança do sobrinho e titia vai além das aparências!!rsrs
    Beijão!

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Autismo de alto funcionamento:

"Eu gostaria de acentuar que chamar este transtorno de autismo de alto funcionamento, é inadequado porque o termo sugere que o autismo é de alto funcionamento, que o autismo é leve, quando na verdade o que você está querendo é denominar uma pessoa de alto funcionamento com autismo.

Então, essa pessoa pode ter um bom QI ou uma boa compreensão verbal ou uma boa expressão verbal, mas seu autismo é normalmente tão grave quanto o de uma pessoa descrita com autismo de baixo funcionamento.

Então, por favor: usem alto funcionamento para a pessoa, não para o autismo, de maneira a permitir uma compreensão mais profunda de quão grave o autismo pode ser, mesmo para alguém com Síndrome de Asperger..."

(Dr. Christopher Gillberg, em out/2005 no auditório do InCor em SP)

Dr. Simon Baron-Cohen, diz no seu livro "Diferença essencial: a verdade sobre o cérebro de homens e mulheres.":

"...Dirijo uma clínica em Cambridge para adultos com suspeita de serem portadores da síndome de Asperger. Esses indivíduos não tiveram os problemas detectados na família nem na escola enquanto ainda eram crianças.

Assim, atravessaram a infância e a adolescência aos trancos e barrancos, e chegaram à idade adulta acumulando dificuldades, até serem encaminhados à nossa clínica, desesperados pela falta de integração, por se sentirem diferentes.

Na maioria dos casos, esses paciente sofrem também de depressão clínica, já que não encontram um ambiente, em termos de trabalho e de companheiro(a), que os aceite em sua diferença. Querem ser eles mesmos, mas são forçados a "vestir" um personagem, tentando desesperadamente não ofender, dizendo ou fazendo a coisa errada, e ainda assim, sem saber quando vão receber uma reação negativa ou ser considerados" seres estranhos".

Muitos deles se esforçam em administrar um enorme conjunto de regras relativas ao comportamento em cada situação, e consultam de minuto a minuto uma espécie de tabela mental, buscando o que dizer e o que fazer. É como se tentassem escrever um manual de interação social baseado em regras de causa e efeito, ou como se quisessem sistematizar o comportamento social, quando a abordagem natural à socialização deve ser através da empatia.

Imaginem um livro bem grosso de etiqueta sobre como agir em jantares,...mas escrito em detalhes, para cobrir todas as eventualidades do discurso social.

Claro que é impossível aprender tudo, e embora alguns desses indivíduos brilhantemente quase consigam, acabam fisicamente exaustos. Quando chegam em casa depois do trabalho, onde fingiram interagir normalmente com os colegas, a última coisa que querem é socializar. Só pensam em fechar a porta do mundo e dizer as palavras ou praticar as ações que tiveram de reprimir o dia todo.

Gostariam que os outros dissessem o que pensam e que eles pudessem fazer o mesmo; não entendem porque não podem.

É difícil para eles compreender como uma palavra sincera pode ofender ou causar problemas sociais."...

POEMA EM LINHA RETA

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)


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