"...é concebível que acabemos descobrindo mais e não menos mulheres autistas, assim que examinarmos melhor; talvez a célebre vantagem feminina na linguagem e inteligência social proteja algumas mulheres, nascidas com a herança genética do autismo, excluindo-as da categoria diagnosticável de "autismo de alto funcionamento" e incluindo-as na forma disfarçada e não manifesta do distúrbio.(...)" (John J. Ratey e Catherine Johnson, no livro "Síndromes Silenciosas", p.235 Ed. Objetiva)
"A alma dos diferentes é feita de uma luz além. Sua estrela tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os poucos capazes de os sentir e entender. Nessas moradas estão tesouros da ternura humana dos quais só os diferentes são capazes. Não mexa com o amor de um diferente. A menos que você seja suficientemente forte para suportá-lo depois". (Arthur da Távola)

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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Amadurecer emocionalmente, antes tarde do que nunca!

Olá!
Tudo me invade, eu pensava e entendia  assim.
Agora estou aprendendo que eu me deixo invadir, ou melhor, eu me permito ser afetada, como explica o texto abaixo:
"Emoções são líquidas
Pode parecer engraçado dizer isso, mas, assim como os líquidos, as emoções assumem a forma do vaso que as contém, no caso, nós. Ninguém, ninguém mesmo, tem o poder de irritar você. O que acontece é que você se irrita – repito, você se irrita – por causa de outra pessoa. E isso acontece por dois motivos: porque a pessoa tem, de fato, elementos com potencial irritante; e porque você se permitiu ser afetado por esses elementos. Se houver apenas um desses dois motivos, não haverá irritação. É como a urtiga. Para irritar sua pele, você precisa tocar nela. Se você se mantiver afastado, não há perigo."

Trecho extraído da revista Vida Simples na coluna de Eugenio Mussak .

Me sinto a pessoa mais ignorante emocionalmente que eu conheço.
Sigo em frente, querendo muito amadurecer.
Deixando cada vez menos ser invadida, mantendo-me afastada.
Até a próxima!
Grace Caroline.

6 comentários:

  1. Oi Grace...a vida é assim mesmo, não é? Ou melhor...a gente permite que ela seja, hehehe!
    Adorei esse post!
    Também estou nesta busca de "AMADURECER"...será??Em plenos 32 aninhos...ainda dá tempo? Como diz você: antes tarde do que nunca!
    Mas uma coisa eu já aprendi: a gente não deve fugir, nem se afastar, tão pouco se esconder...é preciso enfrentar as situações (de repente sofrer com elas...) mas aprender sim, com certeza!Crescer,e quem sabe então, amadurecer!
    Um grande abraço e até breve.

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  2. Grace eu já disse o quanto amo vc? já disse o quanto me identifico ocm vc??? Conte comigo querida... beijos e beijos...

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  3. Olá Grace.Respondi sim a todas as perguntas do início.Ontem mesmo num jantar para conhecer a filha e o genro de minha namorada, (um jovem casal que mora em São Paulo e veio à Goiânia passar o Natal)naturalmente decidido em não deixá-los pagar a conta, nem percebi toda uma operação de conferir preços, garçom e máquina de cartão de crédito bem na minha frente... Só depois que foram embora (despedindo-se de mim com um irônico "aproveite o vinho")percebi que haviam pago tudo. Naturalmente providenciei que recebessem todo o dinheiro de volta. Mas, tenho certeza que minha namorada não acreditou quando lhe disse não ter visto nada... Gostaria de estar em contato com você, pois essas coisas acontecem comigo sempre há muitos anos. Gostei desse Blog. Foi uma espécie de alívio para mim. Abraços Wanderley da SIlveira

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  4. minha querida procure ajuda no mundo espiritual DEUS sempre tem um motivo para tudo procure um centro espirita voce vai se surpreender com o resultado nada ,e por acaso boa sorte

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  5. Boa noite
    Vc não tem ideia de como esse Blog me esclareceu tantas duvidas que carrego comigo desde que eu me conheço por gente.
    Olha, tenho 29 anos, minha vida sempre foi complicada, alias nem eu entendo ela direito até hj vivo confusa, e sempre me achei estranha pq nuca tive amigos ou colegas. Na escola sofri muito pq sempre tive dificuldade em aprender, mais sempre me sentia torturada pra aprender as coisas com uma certa dificuldade, principalmente qdo o trabalho escolar era em grupo eu queria morre com isso... consegui leva essa situação ate o 8 ano. qdo entrei co ensino medio as coisas pioraram eu nao conseguia estudar de forma alguma, tanto q cheguei a "matar" aulas pra nao ver aquele monte de gente ao meu redor .. mais enfim tive q concluir o ensino medio fazendo eliminação de materia.. cheguei a me matricular numa universidade pq sempre tive sonho de dar orgulho pra minha familia so q nao foi bem assim. Não consegui fica 2 meses. Costumo dizer q nada na minha vida da certo tentei trabalha mais nao consigo, pq por incrivel q pareça nao dou certo em lugar nenhum parece q eu to no mundo errado sabe, parece q ninguem me entende, principalmente na minha casa Odeio muita gente, muito tumulto mais infelizmente meus pais, em especial minha mae acha q é frescura ... a minha vida inteira ouvi q ISSO OU AQUILO q eu falava era frescura, principalmente qdo entrei em depressao, q alias nunca teve cura: "É SÓ DEPRESSAO" ...
    Já fui em varios medicos, psicologos e psiquiatras, fiz varios exames, ja tomei muito remedio, ja fui em igrejas, centro espirita e nunca melhoro....
    De tantas idas e vindas, uma psicologa, citou q TALVEZ eu fosse autista.
    Só q infelizmente estou sem condiçoes de voltar com ela pra continuar o tratamento e finalmente saber se realmente é isso msmo.
    o q mais me deixa bem é saber q se for isso msmo estara respondido minhas perguntas de uma vida inteira e vou saber entender q eu nao sou a unica e q tudo vai fica bem ....
    o q mais me deixa triste é q ninguem nunca entendeu o meu mundo... e eu continuo me sentindo sozinha ... :(

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  6. Também fiquei feliz ao descobrir este blog. Consegui me identificar com a maioria das caraterísticas, principalmente na dificuldade de me relacionar, em manter uma amizade, em me adaptar e não assustar as pessoas com as minha opiniões, sem contar o desespero em me expôr, e mostrar pra todo mundo que eu sou péssima no ambiente social, não digo coisa com coisa, me arrependo das coisas que falo, não me adapto à dinâmica de um grupo, me sinto perdida, sem rumo.Existe algum grupo de auto ajuda para adultos que se sintam assim? Tenho 45 anos mas me sinto uma adolescente sempre insegura e desesperada e com medo de me expôr e ser mal compreendida.

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Autismo de alto funcionamento:

"Eu gostaria de acentuar que chamar este transtorno de autismo de alto funcionamento, é inadequado porque o termo sugere que o autismo é de alto funcionamento, que o autismo é leve, quando na verdade o que você está querendo é denominar uma pessoa de alto funcionamento com autismo.

Então, essa pessoa pode ter um bom QI ou uma boa compreensão verbal ou uma boa expressão verbal, mas seu autismo é normalmente tão grave quanto o de uma pessoa descrita com autismo de baixo funcionamento.

Então, por favor: usem alto funcionamento para a pessoa, não para o autismo, de maneira a permitir uma compreensão mais profunda de quão grave o autismo pode ser, mesmo para alguém com Síndrome de Asperger..."

(Dr. Christopher Gillberg, em out/2005 no auditório do InCor em SP)

Dr. Simon Baron-Cohen, diz no seu livro "Diferença essencial: a verdade sobre o cérebro de homens e mulheres.":

"...Dirijo uma clínica em Cambridge para adultos com suspeita de serem portadores da síndome de Asperger. Esses indivíduos não tiveram os problemas detectados na família nem na escola enquanto ainda eram crianças.

Assim, atravessaram a infância e a adolescência aos trancos e barrancos, e chegaram à idade adulta acumulando dificuldades, até serem encaminhados à nossa clínica, desesperados pela falta de integração, por se sentirem diferentes.

Na maioria dos casos, esses paciente sofrem também de depressão clínica, já que não encontram um ambiente, em termos de trabalho e de companheiro(a), que os aceite em sua diferença. Querem ser eles mesmos, mas são forçados a "vestir" um personagem, tentando desesperadamente não ofender, dizendo ou fazendo a coisa errada, e ainda assim, sem saber quando vão receber uma reação negativa ou ser considerados" seres estranhos".

Muitos deles se esforçam em administrar um enorme conjunto de regras relativas ao comportamento em cada situação, e consultam de minuto a minuto uma espécie de tabela mental, buscando o que dizer e o que fazer. É como se tentassem escrever um manual de interação social baseado em regras de causa e efeito, ou como se quisessem sistematizar o comportamento social, quando a abordagem natural à socialização deve ser através da empatia.

Imaginem um livro bem grosso de etiqueta sobre como agir em jantares,...mas escrito em detalhes, para cobrir todas as eventualidades do discurso social.

Claro que é impossível aprender tudo, e embora alguns desses indivíduos brilhantemente quase consigam, acabam fisicamente exaustos. Quando chegam em casa depois do trabalho, onde fingiram interagir normalmente com os colegas, a última coisa que querem é socializar. Só pensam em fechar a porta do mundo e dizer as palavras ou praticar as ações que tiveram de reprimir o dia todo.

Gostariam que os outros dissessem o que pensam e que eles pudessem fazer o mesmo; não entendem porque não podem.

É difícil para eles compreender como uma palavra sincera pode ofender ou causar problemas sociais."...

POEMA EM LINHA RETA

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)


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